segunda-feira, 10 de outubro de 2016

(1º Post) A minha história!


Olá pessoal,


O meu caminho percorrido até a decisão da cirurgia foi bem complicado, tive muitos altos e baixos até chegar aqui e vou contar um pouquinho pra vocês.


Nasci em fevereiro de 1993 como um bebê normal (no peso), fui amamentada até os 2 anos de idade e segundo a minha mãe, foi um tanto difícil fazer com que eu me desapegasse. Na minha infância, era uma criança agitada, brincava na rua, fazia atividades na escola, parecia até um hominho rsrs. Por volta dos 9 anos de idade, descobri que tinha uma doença herdada da minha avó que afetava o meu sistema linfático, o nome da doença? Linfedema de membros inferiores (Vou falar dela em outro post). Não lidei muito bem com essa descoberta no começo pois eu tinha que usar meia de compressão o dia todo, e na escola todo mundo ria muito de mim quando usava a meia. Nessa faixa de idade, eu comia muito doce, lembro que na época existiam umas bisnagas de leite moça de chocolate e no sabor tradicional, e eu era viciada naquilo, ninguém achava que eu fosse engordar pois era bem magrinha nessa época, meu pai me chamava de ''bifinho''. Com os meus 12/13 anos eu comecei a ficar cheinha, ia pra praia nas férias e comia umas 3 tapiocas doces por dia, não gostava de verdura nem salada e metia o pé em comer besteira e "a minha água" era a coca-cola. Desenvolvi meus seios a partir dos 13 anos, achava lindo que minha irmã tinha seios grandes e ficava dizendo que queria ter iguaizinhos. Pois bem, hoje eu queria nunca ter desejado! rsrs. Na escola, eu era do tipo cheinha normal,  meus seios estavam crescendo e eu sempre fui bem de corpo, do tipo que tinha de tudo um pouco, mas ainda sim, normal. Foi no meu 1º ano do ensino médio que percebi o quanto eu já estava maior, fizemos um teste na aula de educação física onde eu preenchi uma folha na qual perguntava o meu peso, coloquei ''62 kg'' sem saber que subiria na balança, o choque veio com o resultado:  ''73 kg''. Fiquei mal, mas não era uma coisa que me preocupava na época, eu ainda era aquela garota popular no colégio, fútil, e não me dava conta disso. 
Em 2007, minha mãe me deu um remédio para emagrecer chamado ''Sibutramina'', fiz uma dieta bem mal feita para ajudar o remédio e substitui a coca pelo refrigerante zero. Emagreci cerca de 8 kg e até as atendentes da cantina me perguntavam o que eu tinha tomado porque também queriam. Eu não sabia que aquele medicamento poderia me causar um arrependimento pro resto da vida, e em consequência desenvolver um problema irreversível pra mim: a tireoide. Não lembro muito bem, mas em pouco tempo tudo o que eu emagreci estava voltando. Na viagem de formatura do 3º ano eu não tinha coragem de ficar de biquíni no hotel na frente de todo mundo, na praia eu sentia vergonha, me achava a maior gorda do mundo e quando vejo minhas fotos, tenho saudades daquele corpo, jamais imaginaria que eu pudesse chegar aonde cheguei hoje! Na reta final do colégio, eu ainda assim, não tomava nenhuma atitude pra emagrecer os poucos kg que eu precisava, eu ainda pensava ''Ah, eu não passo disso, então to tranquila'' parece que certas coisas vêm só pra gente pagar a língua. Em 2010/2011 depois que terminei a escola descobri dois problemas de saúde que me custariam muito caro, o primeiro foi a Endometriose, que explicava o motivo das minhas cólicas absurdas, o tratamento? Tomar anticoncepcional e ainda ouvir da ginecologista ''Se você engordar é porque comeu demais'' O segundo? O hipotireoidismo.  Com essas duas mudanças no meu organismo, cheguei a engordar quase 20 kg em 1 ano. E não, eu não comecei a comer demais, eu não comi 10 ou 20kg o suficiente para estar naquele peso, e eu afirmo com toda a certeza do mundo! Eu engordei sim, com a pílula e engordei mais ainda com a mudança do meu metabolismo. O hipotireoidismo é o retardo no meu sistema metabólico, eu estava com deficiência nos hormônios T3 e  T4 e por isso eu precisava tomar o medicamento pro resto da vida.  O tempo foi passando e eu realmente não acreditava no tanto que havia engordado, eu só sabia culpar as doenças porque na minha cabeça era mais fácil do que eu realmente reconhecer que a culpa era muito mais minha, que o desleixo era inteiramente meu. Em 2013, com 20 anos eu já pesava cerca de 95 kg e fui só piorando. Fiz a dieta dukan (dieta da proteína) em agosto/setembro e emagreci 6kg na primeira fase (fase do ataque), ao todo emagreci uns 10/11 kg mas totalmente sem saúde, eu nunca parei de beber nessa dieta, porque vivia saindo e sair significava beber, era um emagrecimento instável, que logo logo voltou, e voltou pior do que eu havia começado. O famoso efeito sanfona estava acabando com meu corpo, várias estrias estouraram na lateral do meu quadril, meus seios estavam cada vez maiores e minha auto estima tentava se manter intacta, mas dificilmente conseguia. Eu estava virando a gordinha que todo mundo quer ser amigo, mas nunca namorar. Não vou dizer que isso não me afetava, porque era difícil eu ser a primeira opção para os garotos quando tinham as minhas amigas do lado, não era frequente, eu acredito que existam meninas com a auto estima muito mais afetada que a minha, mas eu ainda assim saía muito, ficava com alguns meninos de vez em quando, ainda conseguia me sentir desejada, mesmo que bem menos. Em  todas as dietas e tentativas de emagrecimento minha irmã estava na luta comigo, só que ela é mais determinada que eu, e por isso eu estava sempre mais pesada que ela. No ano passado (2015) eu a acompanhei numa consulta para saber mais sobre a cirurgia bariátrica, achando bizarro aquela possibilidade, na minha cabeça não tínhamos peso para aquilo. Foi com o Dr Sérgio Arruda, gastro bem famoso aqui em Brasília, foi um amor de pessoa em esclarecer as nossas dúvidas. Na hora de pesar, descobrimos que eu tinha peso para fazer a cirurgia, pois o meu IMC era de 35,2 o estágio I para aprovação pelo plano. Minha irmã teria que engordar cerca de 8kg para chegar nesse mesmo índice. Quando falamos que havíamos acabado de voltar do carnaval de Salvador, o Dr ficou impressionado e nos disse para não perder essa alegria de viver, pois muitos pacientes dele nem chegaram a saber o que é curtir um carnaval, muito menos em SSA. No mesmo ano, ainda tentamos mais uma dieta e descartamos a idéia de cirurgia. Era a dieta do HCG (Hormônio da gravidez injetado) custou cerca de R$ 1.500,00 o kit (agulhas, hormônio, óleo de coco e adoçante stevia). Tenho uma pequena raiva de mim quando lembro dessa dieta, e do dinheiro jogado fora. A dieta consistia em injetar o hormônio na barriga logo cedo, e comer apenas 500 kcal por dia. Quando o peso estabilizava nós fazíamos ''O dia da maçã''que era comer até 5 maçãs no dia, era realmente uma coisa de louco, mas uma amiga da minha irmã havia feito e emagrecido muito, e nós entramos nessa também. Eu emagreci 12,5 kg em 28 dias, mas o aspecto de doente que eu tinha, era incrível. Eu não aguentava mais comer alface e tomate, não aguentava a idéia de comer aquele bife de 100g frito no óleo de coco que deixava a carne doce, eu já tava enlouquecendo quando desisti e o certo era ter feito 40 dias. Como todas as outras dietas que fiz, em cerca de 6/7 meses o meu peso já estava voltando novamente, e o medo das estrias era certo! Em maio desse ano, eu comecei a trabalhar numa agência de publicidade, e foi quando eu terminei de me afundar. Pela manhã e no lanche da tarde, temos pão com queijo e manteiga, biscoitos, chá e café. Sem contar a coca-cola do almoço, e das várias festinhas com bolo, salgado e doce. Engordei e engordei sem ver, sem perceber, sem me dar conta. Meu maior peso até então era 104,3 kg e eu já estava com medo de subir numa balança porque eu sabia que iria assustar. Foi aí que eu decidi que a cirurgia seria a melhor saída, eu já estava num caminho tão sem volta que mais uma dieta, poderia só terminar de acabar com o meu corpo, estourar mais estrias e o meu peso voltar até maior do que já estava, sem contar no problema que eu tinha nas pernas que era super agravado com o meu peso. Adiei até aonde eu pude, minhas calças já estavam apertadas, muita coisa já não me servia mais, e meus pés cada vez mais inchados. Eu já não conseguia mais ser feliz como antes, era como se eu estivesse me sentindo intrusa no meu próprio corpo, foi então que eu peguei o livro da rede credenciada do convênio e marquei uma consulta com o Dr. Luiz Fernando Córdova, da Gastromed Brasília. Para minha insatisfação, eu só consegui a consulta pra quase 20 dias depois, dia 19 de julho de 2016. Mas foi nesse dia que a minha luta pra aprovação do plano começou, e hoje eu já não vejo a hora de operar e de me olhar no espelho e me sentir bem comigo mesma, de me sentir bonita, saudável e com qualidade de vida! Esse, com certeza será, o meu novo começo.

* A história da cirurgia continuará em outro post. *



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